sexta-feira, 15 de julho de 2016

Minhas BOAS impressões com Augusto Cury. Ou: vou me confessar a vocês!


Ninguém gosta de confessar seus erros ou tropeços. Confessar faz mal ao ego, porque demonstra uma falha. Todavia, confessar é também parte do crescimento e contribui à maturidade. Por isso, vamos lá: eu falava mal dos livros e do Augusto Cury, mesmo sem ter lido qualquer coisa sobre ele ou ver algo concreto sobre sua pessoa. Era isso. Essa era minha confissão. Simples e rápida, para não doer tanto.

Eu tinha este procedimento com Cury, devido a certas questões: quando comecei a estudar teologia e iniciei na teologia reformada, não soube equalizar as informações e logo tudo que era psicologia, psiquiatria ou outra área afim, de imediato eu rejeitava. Se alguém me dissesse que estava lendo um livro do Cury, por exemplo, eu olhava com aquela cara de "hmmm, que ruim; não tinha mais nada pra ler? vai perder seu tempo com isso?". Confesso que nunca tive a intensão de menosprezar Cury ou quem o lia, apenas que o julgamento antecipado me fazia ter um falso zelo por aquilo que eu acredita ser correto, ou seja, que toda psicologia (ou quase toda ela) deveria ser jogada fora. Deixem-me explicar melhor.

Tive dificuldades em separar frases verdadeiras, ainda que não contivessem toda a verdade. Veja só: "cada indivíduo precisa se conhecer, se quiser se ajudar" (acabei de inventar essa frase). Ouvindo ou lendo esta frase em tempos passados, meu julgamento seria: "Errado. Ninguém conhece a si mesmo, porque a Bíblia diz que enganoso é o coração; ninguém pode se ajudar, senão o Espírito Santo de Deus" - e eu parava por aí. Sequer eu analisava se a frase, a partir de um escopo maior, não poderia ser verdade. Ora, é fato que se eu não me conheço, não sei minhas limitações, pontos altos e baixos e não posso tentar me ajudar, porque não tenho um diagnóstico de quem sou e não saberei por onde começar ou como consertar o necessário. E ora, também é fato, de que nada disso é possível longe da Bíblia e do Espírito Santo de Deus. O problema é que eu não conseguia enxergar algo de verdade, se na frase não contivesse alguma sentença relacionada à Bíblia ou coisa parecida. Precisei aprender que não é porque um não cristão escreveu algo, que isto deixará de ser verdade.

Com isto em mente, tive dificuldades em conversar com pessoas que lessem livros "diferentes" ou que estivessem cursando algum curso de psicologia ou parecido, bem como se me indicassem algum livro desta natureza (este problema aconteceu com várias outras áreas), amigavelmente o rejeitaria e abraçaria minha querida ignorância travestida de intelectualidade e sabedoria. Eu achava que só entendia da vida quem lesse "livros de teologia".

Mas o tempo passa (graças a Deus se passaram uns 2 anos desde que deixei de estar à frente da igreja e pude rever alguns conceitos errôneos) e algumas semanas atrás, estive presente em uma feira de negócios, cujo palestrante principal seria o dito Cury. Confesso, de novo, que tremi. Gelei. Pensei: "lá vem coisa; vai ser tempo perdido". Entretanto, dado que algum tempo já se passara desde os acontecimentos que já citei, logo busquei consertar estes pensamentos, dizendo: "bem pode ser que seja ruim, mas eu nem o ouvi ainda! Permita-me, mente, dar um crédito ao homem e o escutar primeiro". E assim fui à feira, conversei, conheci pessoas, produtos e escutei a palestra com pouca mais de uma hora de duração.

Para minha completa surpresa, embora não seja um teólogo (e aí o meu erro constante em várias áreas da vida: querer achar teologia em quem não fala de teologia e por isso rejeitar; ou ainda: entender pouco de teologia e não conseguir entender que alguém pode falar muitas verdades, bastando que eu entenda que tudo só é possível com o Espírito de Deus, mas necessariamente jogar fora o aprendizado), Cury somente falou verdades. Não me recordo de nenhum momento em que tenha dado algum diagnóstico sobre as emoções - a palestra se chamava "A inteligência socioemocional para o aumento da produtividade do profissional" - e que não fosse verdadeira. Não vou relatar a palestra, pois este texto ficaria grande demais, bastando dizer que toda a explanação foi muito verdadeira e necessária para inúmeras pessoas, sendo de excelente valia para todos. Foi uma porrada em meu antigo ego e eu mereci.

Concluo este breve relato e que quase é uma confissão, convidando cada leitor, não a ler Cury ou qualquer outro autor que não seja do agrado neste momento, mas que aprenda a discernir as coisas, sabendo aproveitar os bons frutos que cada árvore da vida pode oferecer. Pobre é o homem que se acha conhecedor de todas as coisas. Pobre é o crente que pensa não precisar da ajuda de outros homens e amigos, ignorando tantas passagens bíblicas ou homens tementes e não tementes a Deus, foram utilizados para o crescimento ou aperfeiçoamento de alguma coisa. Miserável é o crente que diz só ler determinados autores e do alto de sua torre podre de mármore, se acha um avançado em conhecimento e treinado nas artes da vida. Cuidado, para no dizer comum, "não jogar a água suja, junto com o bebê", porque a vida pode te surpreender.

Que Deus nos abençoe.

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