quinta-feira, 12 de maio de 2016

10 coisas que aprendi em 10 anos de relacionamento



Dia dez deste mês de maio, completei dez anos de relacionamento com minha esposa. Quase sete anos de casamento e mais três de namoro. Sei que não é uma eternidade, mas numa época em que os votos valem muito pouco, estou muito feliz pelo acontecimento! E por isso gostaria de compartilhar algumas que aprendi durante este tempo.

1. As pessoas sempre encontraram uma desculpa para seus fracassos.

Lembro-me do início do relacionamento, quando as pessoas me perguntavam se brigávamos muito e eu respondia que "não". A contra resposta era sempre a mesma: "isso é porque vocês começaram a pouco tempo". Passaram os três anos de namoro e agora eles diziam: "é porque vocês ainda não casaram". Casamos, um, dois anos de convivência e o argumento deles era: "no começo do casamento é assim, esperem mais um pouco...". Quer dizer, parece que se nós não brigássemos muito, algo estava errado!

Isto me ensinou que as experiências alheias são muito, mas muito importantes, mas não devem ser uma regra. E não devemos procurar nos desculpar, somente porque os outros cometem erros. Conversemos, sejamos parceiros e evitemos problemas, ainda que eles sejam comuns.

2. Somente um relacionamento totalmente transparente, pode durar e ser eficaz.

Não lembro se li, ouvi ou recebi de alguém este ensinamento, mas como casal, ainda na época do namoro, sempre procuramos ser o mais sincero possível com o outro. Sim, isso inclui contar aqueles pecados em quem incorremos mais vezes, as dificuldades com a vida, algumas vontades obscuras e também os sonhos e desejos para o porvir. Não deve haver segredos. E é claro que isso não significa dizer tudo o que se passa na mente de cada um (ambos sairiam correndo, não é mesmo?), e sim compartilhar, a fim de ser ajudado e poder ajudar.

Isto me ensinou que se não soubermos quais são as fraquezas do outro, além de projetarmos um relacionamento irreal, tenderemos ao desânimo, pois acreditaremosmos que o cônjuge é alguém que, na verdade, nunca foi e jamais será.

3. Brigas e discussões fortalecem o relacionamento.

Se comecei falando que não brigamos muitos, não significa que nunca tenhamos discutido. Aliás, descobri que as intrigas, muito embora sejam um obstáculo para amar o próximo naquele exato momento, ao longo do tempo, quando são tratadas e o vínculo estabelecido outra vez, trazem maior união e fortalecem o casal. Não estou incentivando a discussão, e sim o que se deve fazer com este problema. O silêncio e o "deixar passar", quase nunca funcionam bem. Falhamos, sim, mas procuramos resolver as pendências o quanto antes, a fim de termos paz conosco mesmos e também para o próximo; para termos sossego ao deitarmos na cama, cientes de que não devemos perdão ou mais amor a quem está ao lado.

Isto me ensinou que toda dificuldade pode ser revertida em benefício, bastando o casal estar unido no mesmo propósito.

4. Se algo dá errado, a primeira culpa é do homem.

O homem deve ser, bondosamente, o cabeça do lar. Quer dizer, deve guiar em harmonia, paz e ordem os seus, a fim de que tudo lhes vá. Portanto, a conta é simples: se algo dá errado, uma discussão vira briga e desencadeia para coisas piores, a culpa é do homem. Aqui, considero válido o provérbio popular: quando um não quer, dois não brigam. Se o homem quer colocar a culpa na esposa porque ela "fala demais", que ele seja macho o suficiente para se controlar e contornar a situação. O homem de verdade não é o que "explode" nas situações, mas age com calma e compaixão, visando o futuro do relacionamento, sempre.

Isto me ensinou a tentar ser sereno e paciente, mesmo quando minha vontade é outra. Graças a Deus minha esposa não é uma pessoa explosiva e isso ajuda muito, mas não invalida a necessidade de se auto controlar, a fim de tentar resolver a situação. Aprendi que tenho muito a aprender, a fim de buscar um maior auto controle.

5. Minha esposa, minha melhor amiga.

Nestes dez anos, ninguém ouviu mais ou soube mais da minha vida do que ela. É para ela que eu corro, muitas vezes, quando estou aflito. Ela me conhece e eu a conheço - sabemos quando o outro não está bem. É verdade que eu tenho meus amigos homens, mas quem vive comigo é minha esposa e por isso ela deve ser a pessoa mais especial para mim. Se eu não conseguir a enxergar como alguém para as alegrias e tristezas da vida, então algo está errado e precisamos resolver isso.

Isto me ensinou a procurar o cultivo da boa convivência e interdependência, a fim de que possamos enxergar no outro, mais do que um companheiro ou alguém a quem devemos lealdade, mas como um complemento; alguém para ajudar quando caímos ou para nos alegrar ainda mais nos momentos de júbilo.

6. Nunca fale mal de seu cônjuge em público ou para outra pessoa.

Certa vez ouvi de alguém algo que procurei levar a sério e até agora, ao menos, tem dado certo: nunca depreciar minha esposa em público. Não importa se a comida tenha ficado ruim ou a camisa não esteja tão bem passada desta vez - estas coisas não interessam aos de fora e muito menos devem ser ditas em tom de crítica pesada, como que buscando rebaixar o cônjuge. Se minha esposa ouve alguém falando mal do seu marido, como já aconteceu, ela não continua a conversa e fica falando dos meus "podres" (ela mesmo me disse isso), pois a não ser que o intuito seja se solidarizar com a pessoa, a fim de mostrar de que o seu cônjuge tem coisas semelhantes a melhorar, não faz o menor sentido a mera crítica, uma vez que só demonstra a infidelidade, porque em vez de prezar pela união, trata o cônjuge com desrespeito.

Isto me ensinou a valorizar minha esposa pelo que ela é; a vê-la como minha aliada e não como uma oposta a mim. Aprendi que devo ajudar meus amigos em dificuldade com suas esposas, mas que jamais devo "colocar lenha na fogueira", tornando a conversa uma roda de fofoca e maledicência. 

7. Valorize seus sogros e os trate como pais

No começo de nosso relacionamento, iniciando o namoro, meu sogro simplesmente não gostava de mim. E não podia ser para menos: a primeira vez que apareci a ele, foi vestindo roupas de heavy metal e em uma reunião da família dele. O que esperar de alguém com descendência alemã e na casa dos 64 anos, ao ver um jovem rebelde de 17 anos querer namorar sua única filha, à época com 23? É claro que foi vacilo meu. Mas pela graça de Deus, o tempo passou e nos tornamos bons amigos. Já antes do casamento as coisas estavam resolvidas e ele além de dar todo o apoio, ajudou nos custos da festa e até hoje faz o que pode para nos ver bem.

Isto me ensinou que a união familiar vai além de trazer o cônjuge para dentro de sua família. Deve-se ter o cuidado sobre como você será visto na nova família e que seus sogros sempre estarão por perto ou no mínimo, se forem pais responsáveis, gostarão de saber se tudo vai bem com seu(ua) filho(a) e se a relação com eles não for boa, acredite: sua vida terá sérios problemas.

8. Guarde algum dinheiro o mais rápido possível

Nunca tivemos grandes somas de dinheiro guardadas, até porque nunca ganhamos altos salários. Nunca tivemos tudo, embora tenhamos ganho e recebido muita ajuda daqueles que nos amam. Mas mesmo com salários baixos, procuramos, ainda hoje, manter uma pequena reserva, para o dia da adversidade. Situações difíceis acontecem: é preciso comprar remédios, coisas que começam a quebrar e não é uma escolha sábia gastar tudo o que se ganha e ficar com uma dívida impagável, sabendo que ela só impagável, porque você foi negligente, certo? E aqui também fica uma sugestão aos que vão casar: em vez de gastar dez, vinte, trinta mil reais na festa de casamento, que tal convidar menos pessoas ou fazer algo um pouco mais simples, a fim de guardar este dinheiro? Pode ser que um dia, ao longo do casamento, uma quantia dessas seja a solução para um grande problema.

Isto me ensinou a dialogar com minha esposa e em especial, ouvir os seus conselhos sobre quando não deveríamos comprar determinada coisa. Aprendi que o futuro se projeta agora e para isso é preciso manter uma mentalidade que poupa e investe naquilo que é essencial. Sim, diversão e algumas frivolidades são essenciais na vida, mas de nada adianta querer comprar, se não há dinheiro para isso. Preferimos viver com menos, mas sossegados, do que ostentar e nos preocupar sobre o pagamento das contas.

9. Entenda como seu cônjuge se sente amado e o trate desta forma.

Cada pessoa demonstra seu amor e gosta de ser amada de uma forma diferente. Quando conheci minha esposa, achava que ela gostava, acima de tudo, de ganhar presentes. Então eu dedicava quase todo o meu salário de solteiro em presentes para ela. Lembro-me que ganhava muito pouco no início do namoro e comprometi dois meses de salário, a fim de dar a ela um tênis bem bacana. Todavia, depois de algum tempo, fiquei sabendo que ela gostava daquilo que chamam de "tempo de qualidade" ou simplesmente que saíssemos para passear, conversar e estar juntos. Não precisava sempre de um presente, como eu imaginava. Bingo (e economia0. A partir daí, além de não ficar gastando todo o dinheiro, passei a entender como ela gosta de ser amada e ela também o mesmo para comigo. Isso evitou investir em coisas que não dão retorno e também em conseguir fazer o outro mais feliz.

Isto me ensinou a buscar o conhecimento de quem minha esposa é e em como posso a fazer feliz. As vezes não é uma grande presente ou uma magnífica viagem que vai trazer a máxima alegria, mas um filme a sós ou um dia inteiro passeando pelo parque. Aprendi que muitas vezes podemos despender tempo e dinheiro no lugar errado, não colhendo os frutos que havíamos imaginado e começando a achar que o relacionamento não está bem, quando o problema é a forma sobre como os cônjuges estão se entendendo.

10. Filhos são bênção de Deus e isso deve ser incentivado com amor.

Quando nos conhecemos, nenhum de nós queria ter filhos. Hoje, olhando para esta mentalidade, entendo não ser apropriada, pois a Bíblia é clara sobre ter filhos e em como eles são bênçãos para nós. Seja como for, o fato é que não visualizávamos uma criança em nosso meio. Mas Deus tem seus caminhos e no tempo certo nos mostrou um meio mais excelente de pensar, de modo que depois de dois anos com esta mentalidade renovada, nasceu o Nathan (hoje com um ano e dois meses). Somos muitos felizes com ele, ainda que como absolutamente tudo na vida, dê trabalho, correria e algum stress de vez em quando.

Isto me ensinou sobre a importância de ensinar os solteiros sobre um dos propósitos do casamento e em como os cônjuges devem sem francos um com o outro sobre este assunto. O que vai ser de um casal onde um quer ter filhos e outro se nega constantemente? Como poderá haver harmonia no lar, quando ambos não desejam o mesmo caminho, ao menos em algo tão importante? Assim, aprendi que o quanto antes entendermos a bênção de ter filhos, melhor buscaremos nos preparar e com mais amor trataremos deste assunto.

Que Deus nos abençoe, conceda muitos anos de casamento para nós e também leve você, leitor, a ser edificado, de alguma forma, com este texto.

Um comentário:

  1. os cristãos só pensam em sexo promiscuo, por isso me reverti ao islã, a religião verdadeira, pois lá o homem é macho no sentido mais puro da palavra. quanto mais rico que seus pais vcs são, mais infiéis e egoístas são, só querem ter um filho, eu fiz quatro e são quatro gerações de idiotas que sumiram quando se casarem com meus filhos, vcs merecem...

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