segunda-feira, 6 de abril de 2015

Minta ao seu filho para torná-lo bom


Muito do que nos é aconselhado a fazer como pais é para que os nossos filhos se sintam bem consigo mesmos. Este conselho tem raízes no movimento da autoestima, que alegou que o sucesso na vida de uma criança está baseado na possibilidade de sentir-se boa ou não. Embora o movimento da autoestima moderna tenha começado na década de 1950 e 1960, essa não era uma mentira original. Ela tem estado por aí há milhares de anos. É a mesma fraude em que Eva acreditou no início. Hum, ela pensou; esta fruta parece ser boa e me fará bem. Eu acho que nós a comeremos no jantar de hoje à noite. Desde a queda da raça humana, estamos alternadamente nos dizendo que somos bons, que se nos esforçarmos bastante seremos bons o suficiente, ou que ser bom é uma impossibilidade, por isso, devemos simplesmente desistir e nos divertir. Afinal de contas, ninguém é perfeito!

À luz de tudo isso, o que nós, pais, devemos fazer? Se você crê na Bíblia, temos a certeza de que você percebe que nem nós nem nossos filhos são verdadeiramente bons. "Boa menina!", "Bom trabalho!", "Você é uma linda princesa!" - esses são os refrãos incessantes quando os pais procuram criar a sua própria versão de filhos bons e de sucesso. Mas, quando todos os outros pais no grupo passam o dia dizendo à pequena Rebeca o quão boa ela é, como os pais cristãos devem responder? Ao invés de dizer à Rebeca que ela é uma boa menina, poderíamos dizer, "Eu notei que você compartilhou o brinquedo hoje. Sabe o que isso me lembra? Como Cristo compartilhou sua vida conosco. Eu sou muito grato pelo trabalho de Deus em sua vida dessa maneira. Sei que nenhum de nós jamais faria qualquer coisa amável se Deus não estivesse nos ajudando. Estou muito grato".

Caso você esteja se perguntando se a Bíblia dá um exemplo deste tipo de incentivo, aqui está o relato de Lucas a respeito do que aconteceu quando Barnabé viu a graça de Deus trabalhando no povo de Antioquia: "E enviaram Barnabé até Antioquia. Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se o exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor" (At 11:22-23). Barnabé viu a graça de Deus trabalhando na vida das pessoas, por isso exortou-as a permanecerem fiéis. Nós também podemos ver a graça de Deus agindo em nosso filhos e podemos exortá-los a permanecerem fiéis.

Digamos que a Rebeca tenha o hábito de ser egoísta, então, antes de a mamãe levá-la para brincar com o seu coleguinha, elas gastam algum tempo orando juntas. A mãe poderia simplesmente agradecer a Deus por compartilhar tantas coisas boas - tais como amigos, luz do sol, momentos para brincar - com a Rebeca e, em seguida, pedir a Deus para ajudá-la a lembrar-se de sua generosidade quando os outros quiserem o que ela está usando. Então, se a mãe percebe a sua generosidade, ela pode dizer: "Rebeca, você está compartilhando! Não é maravilhoso ver como Deus respondeu a nossa oração? Viu, Rebeca, mesmo que todos nós odiemos compartilhar, Deus é mais poderoso do que o nosso egoísmo. Ele não é bom?"

Por não sabermos se a Rebeca é regenerada, nós não a agradeceremos por obedecer à lei de Deus. Se ela não for salva, ela não tem o Espírito Santo em si e não pode escolher responder a Deus ou o obedecer à sua lei de coração. O único encorajamento que sempre podemos dar aos nossos filhos (e uns aos outros) é que Deus é mais poderoso do que o nosso pecado, e ele é forte o suficiente para nos fazer querer realizar a coisa certa. Nós podemos assegurar-lhes que a ajuda de Deus pode alcançar todos, até mesmo eles. Nosso encorajamento deveria sempre estimular o louvor à graça de Deus em vez de a nossa bondade.

Por outro lado, se persistirmos na busca de construir a autoestima dos nosso filhos elogiando-os, nós os faremos à nossa própria imagem, meninos e meninas que idolatram a bênção, adultos escravizados à opinião dos outros, e pais que passam a mentira para a próxima geração - ainda que ela não tenha funcionado para torná-los bons também. Como nós, nossos filhos anseiam a bênção bem-aventurada: "Você é bom!" Mas a Bíblia diz que, porque não somos bons, essas palavras não se aplicam mais a nós. Nós não somos bons. Veja como a Bíblia descreve a nossa situação: "Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração" (Gn 6:5).

Ansiamos por ouvir: "Você é bom", mas apenas Jesus Cristo e os revestidos de sua bondade merecem ouvir isso. E se realmente abraçarmos essa verdade, a forma de criarmos nossos filhos será transformada de engano desejoso à graça poderosa. Isso fará com que a nossa criação de filhos seja cristã. Nossos filhos não são naturalmente bons, e não deveríamos lhes dizer que eles são. Mas ele são amados e, se eles realmente acreditarem nisso, o amor de Deus os transformará.

- por Elyse Fitzpatrick e Jessica Thompson
- Fonte: Pais Fracos, Deus forte - Criando filhos na graça de Deus, Ed. FIEL, págs. 60-63.
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