quarta-feira, 13 de março de 2013

Orgulho Espiritual Oculto - por Jonathan Edwards (1703–1758)


A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo. É a principal via de entrada de fumaça venenosa que vem do abismo para escurecer a mente e desviar o juízo. É o meio que Satanás usa para controlar cristãos e obstruir uma obra de Deus. Até que essa doença seja curada, em vão se aplicarão remédios para resolver quaisquer outras enfermidades.

O orgulho é muito mais difícil de ser discernido do que qualquer outra fonte de corrupção porque, por sua própria natureza, leva a pessoa a ter um conceito alto demais de si própria. É alguma surpresa, então, verificar que a pessoa que pensa de si acima do que deve está totalmente inconsciente desse fato? Ela pensa, pelo contrário, que a opinião que tem de si está bem fundamentada e que, portanto, não é um conceito elevado demais. Como resultado, não existe outro assunto no qual o coração esteja mais enganado e mais difícil de ser sondado. A própria natureza do orgulho é criar autoconfiança e expulsar qualquer suspeita de mal em relação a si próprio.

O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre nossos corações com respeito a essa questão e clamar àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia em seu próprio coração é insensato.

Como o orgulho espiritual é mascarado por natureza, geralmente não pode ser detectado por intuição imediata como aquilo que é mesmo. É mais fácil ser identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos quais quero mencionar junto com os frutos opostos da humildade cristã.

A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. Se alguém lhe sugere que está, de fato, saindo do caminho reto, mostra pronta disposição em examinar a questão e ouvir as advertências.

As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros: o terrível engano dos hipócritas, a falta de vida daqueles irmãos que têm amargura, a resistência de alguns crentes à santidade. A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão. A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, enquanto o crente humilde vê tanta maldade em seu próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar aos corações dos outros. Queixa-se mais de si próprio e da sua própria frieza espiritual; sua esperança genuína é que todos os outros tenham mais amor e gratidão a Deus do que ele.

As pessoas espiritualmente orgulhosas falam freqüentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. Muitas vezes, sua crítica é direcionada não só a pessoas ímpias, mas a verdadeiros filhos de Deus e a pessoas que são seus superiores. Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pela sua própria indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, eles procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que está infinitamente superior a eles, os trata.

O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. Por outro lado, o cristão humilde – mesmo sendo firme no seu dever, permanecendo sozinho no caminho do céu ainda que o mundo inteiro o abandone – não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.

Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante ao seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado não abriu sua boca, mas se entregou em silêncio àquele que julga retamente. Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver no seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.

Um outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. É natural que a pessoa sob a influência do orgulho tome todo o respeito que lhe é oferecido. Se outros demonstram disposição de se submeterem a ela e a cederem em deferência a ela, esta pessoa receberá tais atitudes sem constrangimento. Na verdade, ela se habituou a esperar tal tratamento e a formar uma má opinião de quem não lhe oferece aquilo que pensa merecer.

Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda de todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.

Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. Entrar em contendas a respeito do cristianismo por vezes é desaconselhável; no entanto, devemos tomar muito cuidado para não nos recusarmos a discutir com pessoas carnais por as acharmos indignas de nossa consideração. Pelo contrário, devemos condescender a pessoas carnais da mesma forma como Cristo condescendeu a nós – a fim de estar presente conosco na nossa indocilidade e estupidez.

- por Jonathan Edwards (1703–1758)
Fonte: Monergismo

Um comentário:

  1. 34 Razões Porque o “Espírito Santo” não é uma “pessoa” separada do Único Deus Verdadeiro, o Pai-BEREANO
    A doutrina da trindade depende da realidade de uma “terceira pessoa” chamada “o Espírito Santo” para completar a suposta divindade multi-pessoal. “Sem tal pessoa separada que é “co-eterno” e co-igual” com o Pai e o Filho, o Deus “triúno” desintegra-se. Por conseguinte é sábio considerar as razões porque esta idéia não é suportada pelo escrutínio lógico nem pelo peso das evidências das Escrituras.
    Antes de explorar as razões porque este ensinamento não é bíblico, primeiro nós consideramos suas conseqüências práticas. Nós temos que evitar as objeções comuns de que nós estamos meramente penetrando em doutrinas improváveis, que a verdade não está em jogo e que um ensino é equivalente a outro contanto que cada um creia sinceramente e de Deus aproxima-se com humildade e amor. É a nossa afirmação que o ensinamento que “o Espírito Santo” é uma pessoa separado de Deus, o Pai, não é verdadeira e os resultados tem sérias desvantagens práticas para viver a vida Cristã, a saber:
    A. “Confusão acerca “da distinção entre “o Doador” e” o dom” resultam em mau entendimento em muitos versículos da escritura que se tornam inteligíveis, e a verdade é trocada pelo mito (fábula) feito pelo homem.
    B. Falta de reconhecimento da permanência do dom do espírito santo na vida dum Crente (Cristão) resulta da confusão acerca da vinda e a ida duma “pessoa”.
    C. A adoração, louvor, oração, cântico e a liturgia são dirigidos a uma imaginária “terceiros pessoa” na tradicional “Divindade” Cristã, mas isto deveria ser dirigido primeiramente a Deus, o Pai e secundariamente ao Senhor Jesus Cristo. O único Deus verdadeiro, o Pai, procura aqueles que o adorem “em espírito e em verdade [realidade]” (João 4:23), noutras palavras, adore-Lhe por quem realmente Ele é.
    D. Discernindo impropriamente, o entendimento que o dom do espírito santo é, muitos Cristãos assumem ingenuamente que virtualmente todas as manifestações espirituais são para o verdadeiro Deus, e também falham em discernir o genuíno da imitação (falsificação), e, por conseguinte são levados ao erro.
    E. Além disso, sendo voluntariamente “ignorante das coisas espirituais” (I Coríntios 12:1; 14:37 e 38) estes tipos de Cristãos o Senhor desprezará a sua adoração, deixando-lhes vulneráveis às influencias demoníacas.
    F.Falhando ao compreender que “os espíritos dos profetas estão sujeito aos profetas,” em vez de ser ensinado a ser “controlado pelo o Espírito Santo, muito se tornam influenciados pelo demônio, mesmo enquanto pensam que estão sendo” guiados pelo o espírito” de Deus.”

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