segunda-feira, 18 de março de 2013

O Ateísmo Prático - por Stephen Charnock (1628–1680)


Um homem pode ser um ateísta de coração sem que o seja de cabeça. Ele pode não questionar a existência de Deus, e até mesmo defendê-Lo, enquanto o seu coração se encontra vazio de emoções para com Ele

Isso se chama ateísmo prático, ou seja, ateísmo em prática. O próprio diabo é um ateísta prático, pois ele sabe que existe um Deus, mas age como se não houvesse. No mundo, são poucas as pessoas que negam a existência de Deus, mas nenhum homem naturalmente o reverencia em seu coração. Todos os homens são ateístas práticos. Eles são descritos em Tito 1: 16 que diz: Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras. Desde que ações falam mais alto do que palavras, aqueles que dizem conhecer a Deus, mas vivem como se Ele não existisse, são mais dignos de receberem o título de ateísta, do que aqueles que negam a Deus e vivem como se Ele existisse.

Esse ateísmo secreto é o espírito de todo pecado. Toda ação pecaminosa despreza a lei e a soberania de Deus, declarando-O indigno de ser o que é. Se nos fosse permitido chegar a sua conclusão lógica, cada pecado da humanidade iria impugnar, destronar, e aniquilar a Deus, enquanto promovesse o pecador ao status de a mais sábia das autoridades.

Quando pecamos, no fundo desejamos que Deus não existisse, ou que Ele não possuísse Suas qualidades e perfeições, o que seria o mesmo que dizer que Deus não existe. Além disso, aqueles que somente o adoram exteriormente, por causa de um temor escravizador, murmurando o tempo todo, manifestam o mesmo desejo.

Qualquer desejo que houver para que Deus mude, ou para que Ele mude a maneira de tratar conosco, é a própria essência do ateísmo prático.

- por Stephen Charnock (1628–1680)

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